Ao fim destas semanas de evitamento físico, está em curso o desconfinamento progressivo.
É importante permitir de forma gradual a volta a uma vida minimamente adequada para o bem estar geral das famílias e bom desenvolvimento dos nossos meninos e jovens. Tudo isto não lhes é indiferente; antes pelo contrário, estas semanas já começam a pesar no tempo de vida deles. É importante ir percebendo como se estão a organizar no seu evitamento físico e estar atento ao regresso à sua socialização “adaptada às novas condições”.
Estão a encontrar um mundo um pouco diferente em que, por muito que não se queira, a desconfiança e o medo imperam, misturadas com irritabilidades intensas de uns e desprezo pela situação real de outros.
Por um lado o desejo de voltar a estar com os amigos, por outro a constatação que as condições em que o podem fazer são diferentes e os próprios amigos também o estarão.
Mantenho a minha máxima dos 3 R:
- Realidade: adquirir informação apenas em fontes credíveis cientificamente, dando uma margem de dúvida a estudos clínicos de diversos países que todos os dias aparecem. Nunca houve tanta produção de publicações pelos mais diversos grupos de trabalho, quantas vezes publicadas sem a devida base científica
- Respeito: por essa informação credível;
- Responsabilidade: pelos nossos atos perante a realidade, cumprindo cada um de nós os cuidados recomendados
Estatísticas… Não tratam nem previnem. Apenas amedrontam…
Não vamos desvalorizar a situação de pandemia, vamos sim lidar com ela de forma adequada.
Deixo-vos uma ligação para uma entrevista dada pelo Bastonário da Ordem dos Médicos.
“A pandemia de medo também tem de ser combatida.”
” Temos de libertar as pessoas do medo. Há doenças muito mais graves do que a Covid-19, que têm uma taxa de mortalidade muitíssimo mais elevada e que, se não forem tratadas, aumentam a probabilidade de mortalidade e a morbilidade.” Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães
Dr.ª Elsa Martins
Médica Pedopsiquiatra