A consulta de ginecologia deve fazer parte da rotina de cuidados de saúde de qualquer mulher, independentemente da idade e da atividade sexual.

O exame ginecológico é um exame simples de realizar. É essencial na presença de sintomatologia, orientando o tratamento adequado a cada patologia. Assume igual importância mesmo na ausência de sintomas, para prevenção e identificação precoce de várias doenças ginecológicas, permitindo instituir atempadamente uma terapêutica eficaz.

O rastreio do cancro do colo do útero permite o diagnóstico de lesões que podem evoluir para cancro se não tratadas de forma adequada. Faz-se através da realização, em intervalos regulares, de citologia (convencionalmente designada como exame de Papanicolau) e/ou teste para deteção de infeção por papiloma vírus humano (HPV), sendo a colheita efetuada durante o exame ginecológico. Todas as mulheres com atividade sexual, regular ou não, têm indicação consensual para a realização deste rastreio.

Também importante é o exame mamário que faz igualmente parte da consulta ginecológica de rotina. O rastreio do cancro da mama através da realização de mamografia em intervalos regulares está preconizado a nível nacional nas mulheres a partir dos 50 anos, podendo ser iniciado em idades mais jovens dependendo das características individuais da mulher.

Em mulheres em idade fértil, a contraceção assume um papel preponderante para uma adequada saúde sexual e reprodutiva, permitindo um adequado planeamento familiar. Na consulta discutem-se as opções contracetivas adequadas a cada caso em concreto, não descurando a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis. E quando chega o momento da gravidez, o seu adequado planeamento e a vigilância regular contribuem para o despiste de eventuais condições que podem complicar a sua evolução.

Nos extremos da idade reprodutiva, a menopausa assume-se como uma etapa da vida da mulher que merece atenção especial, pela sintomatologia que a fase de transição para este novo estado hormonal pode condicionar e pelas complicações que a partir daí podem surgir, devendo balancear-se os riscos e benefícios da terapêutica hormonal.

Pela possibilidade de prevenção e diagnóstico precoce de entidades como o cancro do colo do útero e da mama e no sentido de garantir uma adequada saúde sexual e reprodutiva, confirma-se ser essencial a vigilância em consulta de ginecologia de forma regular para prevenir no feminino.

Dr.ª Filipa Coutinho Nunes
Ginecologia-Obstetrícia